Segundo Ciclo da Borracha

 

O látex (borracha) foi, entre o final do século XIX e o início do século XX, a maior riqueza da Amazônia brasileira. Esse produto de exportação era procurado por indústrias nos Estados Unidos e na Europa.

Entretanto, devido à plantação e cultivo de seringais no continente asiático, com mudas de seringueiras originárias e contrabandeadas do Brasil, foi gerada a desvalorização do látex no mercado internacional e, consequentemente, o abandono dos nossos seringais.

Na Segunda Guerra Mundial, de 1939 a 1945, a Malásia foi ocupada por tropas japonesas, o que inviabilizou a extração de látex para abastecer os países aliados. Na ocasião, foi assinado um acordo entre o Brasil e os Estados Unidos da América, o Tratado de Washington (1942), cujo objetivo era organizar a produção do látex brasileiro.

O presidente Getúlio Vargas, então, abriu as inscrições de alistamento militar para um novo exército, o de extração de látex. Esses militares receberam o nome de “soldados da borracha”. A maioria deles era do Nordeste brasileiro.

Os jovens que se alistavam como soldados da borracha eram enviados para Manaus e de lá embarcavam para as regiões de seringais; assim fugiam dos campos de batalhas na Europa. Mas os que se alistavam não tinham a menor ideia de como era a vida na floresta.

Ao chegar uma embarcação no quartel de porto mais próximo de seringais, os seringalistas se dirigiam ao comandante, solicitavam e selecionavam a quantidade de soldados que desejassem. A partir daí os jovens soldados ficavam sob o domínio de seus novos patrões e eram enviados para os barracões, sedes de seringais, de onde se embrenhavam na floresta, geralmente sozinhos. No início, eram considerados bravos por não terem conhecimento da função, mas suficiente coragem para entrar em uma aventura sem retorno. Infelizmente, ao fim da guerra, a maioria dos soldados da borracha foi abandonada nos seringais.

Na década de 1940, a densidade demográfica aumenta na região do vale do Madeira e se desenvolvem as cidades de Porto Velho e Guajará-Mirim e, também, os povoados de Ariquemes, Vila Rondônia (Ji-Paraná), além de surgir o povoado de Costa Marques e de diversas sedes de barracões serem instaladas às margens de rios rondonienses. A área, até então mais conhecida por Alto Madeira, foi elevada à categoria de Território Federal e a cidade de Porto Velho, à categoria de capital.

A criação do Território Federal do Guaporé foi, para a região, o fato mais importante do Segundo Ciclo da Borracha.